Reflexões

Inclusão Escolar

O tema inclusão escolar tem ganhado cada vez mais espaço em instituições de ensino e nas conversas de famílias dos alunos. Escuto com frequência que tal colégio é “super inclusivo”.
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Mas o que é, na prática, uma escola inclusiva?.
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Sob o ponto de vista puramente técnico, não sei responder. Mas me permito fazer uma reflexão com abordagem mais ampla.
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É indiscutível que ainda não há um padrão amplamente difundido sobre o que é ser uma escola inclusiva. Instituições com centenas de alunos e apenas 2 ou 3 com necessidades diferenciadas matriculados, entitulam-se “inclusivas” gabando-se de não ter-lhes negado a matrícula. Outras, pelo simples fato de terem conseguido ensiná-los a ler e escrever, também o fazem.
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Mas será isto inclusão?
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Existe uma diferença significativa entre “inserir” e “incluir”. Inserir é permitir que crianças com deficiência frequentem uma escola regular. Incluir é oferecer equidade de ensino e convívio, de forma que todos possam aprender e lidar com as diferenças de forma natural.
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Muitas escolas – e famílias – estão confundindo estes 2 conceitos.
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Outro ponto é a preocupação em levar a temática da inclusão para os Pais. Poucas são as escolas que realmente querem abordar e discuti-la fora da sala de aula. Basta constatar quantas palestras sobre drogas, bullying, tecnologia e sustentabilidade são promovidas ao longo do ano – e quantas envolvendo temas ligados à diversidade são.
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Entendo que a inclusão escolar só vai realmente acontecer quando houver o envolvimento dos Pais das crianças típicas com o assunto. Quando ficar bem claro os benefícios que a inclusão oferece a todos que com ela se envolvem – e como consequência, o “grau de inclusão” de um colégio passar a ser critério de escolha, juntamente com o ranking do Enem e/ou o nível de inglês.
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E isto deve partir da escola. Só assim construiremos um ambiente que valoriza o convívio com a diversidade e no qual inclusão aconteça pra valer.
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Por que não adianta conseguir ensinar português e matemática para crianças com deficiência, se elas não forem convidadas para brincar na casa dos coleguinhas de classe.