Reflexões

Sobre Ser um Pai Presente

Frequentemente ouço as pessoas me dizerem: “nossa, como você é um Pai presente!”. Mas nunca escutei alguém falar para a Marina que ela é uma Mãe presente. Ambos somos. Porque será que isto acontece?

O homem sempre teve o papel de sustentar a família, enquanto a mulher tinha a responsabilidade de cuidar da casa e dos filhos. Diversas razões históricas contribuíram para este cenário – a própria diferença de prazos das licenças de trabalho pós-parto é um bom exemplo. É comum, portanto, que a maioria dos maridos passe menos tempo em casa do que suas esposas.
Mas isto quer dizer que eles são menos presentes? Entendo que não.

Mesmo em tempos de igualdade de gênero, ainda há costumes e vícios de linguagem que nos remetem a um “passado ultrapassado”. Tanto pelo fato dos homens participarem cada vez mais das funções antes consideradas femininas, quanto pela moderna – e mais ampla – compreensão do conceito de “presença”. Ser presente não significa apenas estar mais tempo juntos. A presença se dá através de outras formas além da física e/ou daquela contabilizada em horas.

A intimidade promovida pelo convívio frequente é, sem dúvidas, um fator que contribui demais, mas elementos “não presenciais” como as memórias, as atitudes e os exemplos – mesmo que à distância e com curta duração – estabelecem vínculos e relações de cumplicidade tão fortes quanto os criados quando se está fisicamente junto.

Em casa, as decisões de termos nossos 3 filhos foram todas planejadas e muito desejadas, em conjunto. As alegrias e responsabilidades que a parentalidade nos oferece são igualmente compartilhadas. Cada um a recebe da sua maneira. O conceito de equidade aqui é muito válido, inclusive para explicar aos filhos os porquês de um ou outro estar mais ou menos em casa. E esta explicação é fundamental para que eles entendam que ambos somos igualmente presentes.

Aprendi com a inclusão a entender os diferentes pontos de vistas. E neste sentido, sou sim um Pai muito presente, bem como a Má é uma Mãe presente, assim como a maioria dos Pais é em suas famílias na ótica proposta neste texto. Não é mesmo?

Obrigado @filhosnocurriculo pelo papo que inspirou este texto!